Uma ilha sem água, sem vegetação, povoada apenas por pássaros marinhos e, além de tudo, hostil a abordagens, não era de nenhum valor aos navegantes do século XVI. A não ser, eventualmente, como ponto de referência na correção das rotas para o Novo Mundo. Talvez por isso, a descoberta do Arquipélago de São Pedro e São Paulo seja tão pouco conhecida quanto os próprios rochedos. Aconteceu entre 1513 e 1538, muito provavelmente, pois sua posição não consta na Carta Mundial Turca, de 1513, mas já aparece na Carta de Mercador, de 1538, um mapa editado para orientação dos navegadores europeus. São Pedro e São Paulo é um conjunto de quatro penedos em forma de U, com a abertura voltada para o Caribe, a noroeste. A entrada tem cerca de 45 metros e o comprimento não chega aos 100 metros. De fora, à distância, parece capaz de proteger um veleiro ou barco pequeno, pelo menos contra o vento ou a corrente equatorial, que bate forte na face nordeste. Mas é ilusão. As ondas vão e vem tão desordenadas e o espaço de manobra é tão limitado, que a proteção facilmente se transforma numa armadilha. Antigamente denominado como Penedos de São Pedro e São Paulo, localiza-se no oceano Atlântico, em águas territoriais brasileiras, a cerca de 870 quilómetros da costa brasileira. Existe nas ilhotas um farol de seis metros de altura, localizado na rocha sudoeste. Construído originalmente em 1930, foi abandonado em 1933 em razão de abalos sísmicos. Próximo a este farol há instalações de pesquisa oceanográfica da Marinha do Brasil.